sábado, 14 de fevereiro de 2009
Concessão do Amor
Ais de ceia posta. Tua noiva – inconsolável!
E teus pais não param de dar pancadinhas
ao ventre rendado da infeliz, orando que reste lá dentro
algo de teu que se possa aproveitar. Um radiograma
tocado a 4 mãos: “de parte para a Concessão do Amor”
de parte
para a Concessão do Amor
yeah yeah
agora, com este emprego de copidesque
na Gazeta dos Escoteiros, em três meses
serei homem de posses. E todos a bordo
para a Concessão do Amor!, onde os mais grados
membros do escol social fluminense
vêm cometer suas trapaças
& pecadilhos. Onde mansos
pasçam os presbíteros de nossa infância,
mugindo a intervalos para o sol, e o serviço
de quarto canta. Corre à boca pequena
que os mastros da cama são de confeito,
nunca nos faltará nada doce para rilhar. É teu irmão mais velho
este que chora discreto sobre uma primeira edição
das “Questões de Matemática”? Ora, não olhe
para baixo – eu te levo, e eu te levo de trem,
sirva-se de ostras no vagão-restaurante,
uísque com soda, correr é erudição
& na cabina, lemos romances policiais
a costa passando de permeio
(não saberia te explicar por quê,
mas é esta a imagem que mais me assombra)
leve seu pulôver favorito, e um chapéu
para o caso de nos sentirmos seresteiros –
todos a bordo para a Concessão do Amor,
yeah yeah! berram-nos dos alto-falantes,
quem? senão as Grandes Mentes Sem Deus
Deste Desconjuntado Século, escuta,
se o mundo inteiro já escreveu O Livro –
então eu seguro a porta do elevador
lamento um pouco mais teus olhos verdes
e te aquarelo, mais uma vez, a questão
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2 comentários:
Que desconjuntada harmonia, rsrs, tem a ver, acho, com o zeit, tua mediação, o século, o mais. Belezura mesmo -- abç
Tá mandando bem, hein? Abração. Sergio Mello.
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