quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Humberto


"Meu terceiro funeral esse ano, pensou Fortes, sem contar o do Humberto, em Fortaleza, que não foi exatamente um funeral, antes uma festa junina.
A cerimônia tinha sido bem bonita, disseram-lhe em seguida. Humberto fora o único de seus colegas a deixar por escrito que queria ser cremado – e não no Rio de Janeiro, onde fizera sua vida, tanto em termos pessoais como acadêmicos, mas no seu lugar de origem, na sua, por assim dizer, nascença. Feito o traslado do corpo, deveriam incinerá-lo o quanto antes, depois salpicá-lo pelo mar de sua infância, e que estivesse brabo, o mar de sua infância, de preferência, porque era assim que Humberto fazia questão de ser recebido – por quem? –, com tumulto. Diletante, pensou Fortes, diletante até o fim.
Amador."
(do conto "Um Casal")

Um comentário:

Anônimo disse...

ei... demorei horrores, tonta q sou, pra descobrir como responder seu comentário. Espero q sejam desculpas aceitas. Pq ia odiar perder um amigo tão talentoso.

Além do q, ter um Ludwig Wittgenstein a nos unir... não é pra qq um...

abração

te lerei sempre, pode?