quinta-feira, 20 de março de 2008
Amor Como o Nosso Foi Feito Pra Durar, II
não ainda nunca
li Proust nem Deleuze
nem Deleuze lendo Proust
todavia me apetece o Camus
e folheei um Cioran
certo setembro
ele sai de casa está chorando
lá fora? Isto é depois de Lili Marlene
que eu o beijo mais longo e indevido
à moda de grandes melodramas
fantasma, arquétipo
minha mão emplastrada na aspereza do pulôver, & o REMANSO DO CORAÇÃO
benzinho sei o quanto te aborrece
o uísque a mais esta luz fria
e os azulejos
ele toma o elevador como embarcasse
um vapor para longe desses
insensatos, incivilizados
benzinho sei como é forte o trago
a aspereza desses azulejos esse iceberg todo aceso
por dentro o branco gelo de nosso sonho incomungado
& a tristeza do beijo que se porfia; por final
esfumaça, o vapor que meu benzinho toma para bem
longe desses insensatos incivilizados inevangelizáveis
eus que te faço presente das mais finas especiarias
cá dessa beira do paraíso: o quarto ao lado & o futon
pra dormir longe do futum do meu cigarro
& mais: todo o tempo do mundo
para ler teu Proust em paz
enquanto caço a carteira que não sei
onde enfiei noite passada
eus que faço tanto gosto em ti
serão todos eles tão
inapelavelmente banais?
responde benzinho ai
responde responde
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Ismar, caríssimo, antes de tudo, obrigado pela corrida de taxi. e desculpe a vodca. agora, sobre o texto, sobre o papel que vc me entregou quado desci do taxi, pois vim aqui, li este, outros textos, textos estranhos e que te fazem chegar perto, textos que não tiram o chapéu pra ti mas não te cospem na cara tb, que bebem e muitos lugares e vomitam num só, mas este especificamente, é como um Gregory Corso com o chapéu do Pessoa e com os óculos escuros da Ana C. E fique claro que gosto de todos.
Vou marcar lá no meu site o teu site. Depois passa lá e diz o que acha (www.omarona.blogspot.com).
Grande abraço e grata surpresa.
Leo Marona.
Postar um comentário