terça-feira, 11 de março de 2008

Luzes, Menino


quatro da manhã, o telefone. Sim. Onde estive a noite toda. Estive trabalhando. A noite toda. Mentira. Catatônico. A tevê vitrina planetas desconhecidos duas estrelas foxtrotam como loucas até que (BANG): uma supernova!

de jargão científico o mais opaco. Não entendo é mais nada. Mas uma coisa não entender é mais nada

outra não entender é mais nada em três dê (já não me importa entender hoje à noite, que estou embalado, que estou) Catatônico. Caretíssimo. A tevê explode planetas desconhecidos. Então não passo aí. Não. Venha sim. Só não se alongue que estou trabalhando. Mentira. Não passo aí. Você está caretíssimo. Mas amanhã? De pé por suposto na pracinha oito e meia venha sim. Só não se alongue que segunda-feira eu preciso

trabalhar. Preciso trabalhar!

Onde estive a noite toda. Catatônico espaço é campo minado na tevê acidenta que tua voz é a última que ouço antes de dormir e a voz que vem me despegar do sono quatro da manhã pedreira de lençóis travesseiros edredons cheiro modorrento a erva-doce. Quatro da manhã, o telefone

não digo andei

sonhando o BANG virginal que gera planetas (desconhecidos – dos conhecidos já vamos fartos) e andei sonhando e andei sonhando luzes. Luzes, menino

Nenhum comentário: