quinta-feira, 20 de setembro de 2007

FAVOR TOCAR


Sim. Não não. É é esquisito não tem como saber o que passa na cabeça das pessoas, né? Tá lá escrito na plaquinha. E o meu trabalho é ficar aqui dizendo: pode mexer, mexe aí, né? O artista quer que você mexa. Mas as pessoas não mexem. Lá no canto tem o tonel, lá, ó, tá vendo? Depois pergunta pra Ângela como é que é. Um suplício. A gente não pode obrigar as pessoas a fazer nada. A Ângela fica lá o dia inteiro, coitada: pode entrar, entra, o artista quer que você entre, ele só fez isso pra você poder entrar. Tem lugar pra deixar bolsa, sapato, carteira, chave. Tudo. De graça. Mas as pessoas não entram. Elas passam, fazem uma cara assim de quem tá comprando peixe na feira. Mas não entram no tonel. É esquisito, a gente não sabe o que acontece na cabeça dos outros. A gente é pago pra dizer pras pessoas que pode, mas as pessoas não querem. Ninguém quer entrar no tonel.

2 comentários:

no hay otros paraísos que los paraísos perdidos. disse...

assim, eu superentraria no tonel.

querido, aqui é ana, aquela kretina. troquei de blog, tira aquele capitale de la douleur de lá!
o que passou, passou.
e vou te colocar entre os meus blogs sempre lidos. ;*

Anônimo disse...

Você quer que se mexa no que fez? Que leiam? Que toquem? Que sintam?
Vc só quer que entrem no tonel, mas nem todos gostam de tonéis, alguns não querem sentir. Preferem continuar sobrebivendo a viver de verdade. E também há aqueles artístas que fazem mas não deixam os outros tocarem. Colocam em uma redoma de vidro e os olhos ficam como mariposas 'avoando' ao redor do lampião.